A linha Xeon de processadores para servidores e workstations da Intel, principalmente das famílias antigas lançadas em 2012, 2013 (v2), 2014 (v3) tem sido adotadas por consumidores finais e principalmente gamers no Brasil e no mundo inteiro por serem de ótimo custo-benefício, agregando muito poder de processamento a valores competitivos, deixando muitas vezes, os seus irmãos Cores da Intel em segundo plano.
Mas a pergunta que se faz hoje é simples: a plataforma Xeon tem futuro? E mais: é possível fazer upgrade?
Sim, é uma plataforma de futuro e muito fôlego, principalmente em meio a uma crise que ainda pode repercutir por algum tempo. E sim, é possível fazer muitos upgrades interessantes sem sair da plataforma Xeon.
Vamos mostrar, no decorrer do artigo, de como é possível fazer boas atualizações, gastando pouco e tendo bom desempenho.
Podemos afirmar que a linha Xeon sempre abrigou um leque muito grande de opções de processadores interessantes, tanto para servidores como para workstations, tendo um poder igual e, às vezes, até maior que a sua linha para usuários finais, os Cores. Tanto é, que quando caíram no mercado de usados, passaram a chamar mais a atenção que os concorrentes fabricados pela própria Intel, ganhando fãs pelo mundo e principalmente no Brasil.
A primeira geração Xeon para X79
Os primeiros Xeon E5 que chamaram a atenção, quando chegaram com bons preços e muito poder, no mercado de usados, foram os da primeira geração para X79, lançados em 2012, para soquetes FCLGA 2011, usados em placas mães equipadas com o chipset X79 (2011).
Processadores como o E5-1620, E5-2620 até o poderoso E5-2690 chamavam a atenção por terem muitos núcleos, suportarem muita memória RAM e com um baixo custo, poderiam equipar bem PCs comuns e até PC Gamers. Todos dessa linha têm a litografia de 32 nm e suportam memórias DDR3 normais e ECC que são apenas para servidores.
Um dos CPUs mais poderosos desta família, o E5-2690 com 8 núcleos físicos e 16 threads, é encontrado no AliExpress por volta dos R$ 360 a R$ 450.
A geração v2
A família Xeon E5 v2 foi lançada em 2013, também para o soquete FCLGA 2011, chipset X79 e agora com uma litografia de 22nm, menor que a geração anterior.
Novos modelos foram lançados, com os mesmos nomes da família anterior, recebendo o aditivo “v2” ao nome e muitos ajustes técnicos: mais núcleos físicos e threads, ajustes de clocks, mas no geral, ficaram ainda mais poderosos na sua revisão. As placas mães continuam recebendo as memórias DDR3 normais e ECC.
Contamos cerca de 13 processadores principais que você pode usar para futuras upgrades dentro da plataforma LGA2011/X79, até chegar a um dos mais poderosos: E5-2697 de 12 núcleos físicos e 24 threads, que ainda está com um valor um pouco salgado no mercado de usados do AliExpress, R$ 1.250, mas com o decorrer do tempo pode cair consideravelmente.
A geração v3
Esgotadas os upgrades possíveis da X79? Chegamos a terceira geração do Xeon E5, os v3. Agora a placa mãe é outra, com o chipset X99, lançada em 2014, com soquete FCLGA 2011-3, os novos processadores v3 também lançados em 2014, tem a litografia de 22nm, possibilidade de overclocking, além de uma nova revisão, com aumento de núcleos e ajustes de clocks.
A família Xeon v3 agora trabalha com memórias DDR4 normais e a ECC para servidores. São processadores que administram grandes volumes de memória RAM. E como todos os outros modelos, os Xeon podem operar com dois CPUs na mesma placa mãe.
A nossa contagem de CPUs v3 mais relevantes chega a mais de 20: desde o E5-1620 v3, passando pelo famoso em custo-benefício, o E5-2620 v3 (por volta de R$ 100) com 6 núcleos físicos e 12 threads, que leva muito bem jogos atuais, até o poderoso E5-2699 v3 com 18 núcleos físicos e 36 lógicos que ainda tem o seu preço bem elevado no mercado de usados, mas que pode ter uma queda com o decorrer do tempo: R$ 3.700. Lembrando sempre que são valores em dólares, então, caindo a cotação, melhora o preço.
A família v3 é bem extensa e com um leque muito grande de possibilidades, sendo a que tem melhor custo-benefício até o momento.
A geração v4
Para aqueles que acham que o Xeon é uma plataforma antiga e parada no tempo, sentimos em informar: ela continua em evolução.
Em 2016 a Intel lança a família Xeon v4, ainda para o soquete FCLGA2011-3 e placas mães com chipset X99, melhorando a litografia dos processadores, que agora possuem 14 nm e, novamente, uma revisão completa dos modelos para novas versões melhoradas em clocks, núcleos e fora a introdução de novos CPUs para a família Xeon, como aconteceu com os v3.
Alguns modelos já podem ser encontrados nos mercados de usados, com valores interessantes, mesmo com o dólar em alta, sendo inclusive, uma opção para quem pensa em comprar um bom processador lançado em 2020. O exemplo é o E5-2660 v4 com 14 núcleos e 28 threads, TDP de 105W, clock de 2.20GHz, mas que no overclock pode chegar a 3.2GHZ e tendo uma pontuação de single thread de 1.713 pontos no site CPU Benchmarks: investimento por volta de R$ 840.
Quando o usuário chegar ao limite dos v3, terá muitas novas opções na linha v4, pois como dissemos anteriormente, as linhas Xeon têm uma gama grande de possibilidades, clocks, núcleos e preços.
Ao contrário da linha Core da Intel em que se baseia em marketing para conquistar os usuários finais, a linha Xeon da Intel se baseia em qualidade para convencer grandes empresas, laboratórios e profissionais de aplicações mais pesadas para adotá-los. E esse diferencial tem convencido uma grande parcela de usuários e gamers, fazendo com que esqueçam a linha Core da Intel, e assim, acabam adotando a linha profissional Xeon.
Em 2020, novos Xeon foram lançados (equipando o Apple Mac Pro, por exemplo), com novos modelos, clocks e revisões que em pouco tempo também poderão ser encontrados no mercado de usados, fazendo a alegria de quem gosta de bons processadores com preços dentro do orçamento.
Fontes para o artigo:
- Intel – https://www.intel.com.br/
- PassMark Software – https://www.cpubenchmark.net/
- AliExpress – https://pt.aliexpress.com/